Os portugueses escravizaram os indígenas, mas estes se revoltavam contra a escravidão e, como conheciam bem a região, fugiam.
Eles resolveram, então, capturar negros na África para trabalharem como escravos nas lavouras da cana-de-açúcar e nos engenhos.
Os negros eram trazidos da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros (navios utilizados para o transporte de escravos), onde ficavam acorrentados e amontoados por várias semanas. Muitos morriam durante a viagem, pois passavam fome e eram maltratados. Outros morriam de banzo - uma espécie de tristeza sem fim que vinha da saudade de sua terra, a África.
Calcula-se que até 1850, quando terminou o tráfico negreiro, foram trazidos para o Brasil cerca de 3 milhões de africanos.
Quando aqui chegavam na condição de escravizados eram vendidos nos locais de leilão e, muitas vezes, os membros de um família eram separados e nunca mais podiam se juntar.
Mercado de escravos
Em lugar da alimentação com a qual estavam acostumados na África, normalmente, recebiam restos de comida de seus donos: um pouco de farinha, feijão e, às vezes, um pedaço de carne que sobrava das refeições dos senhores, ou partes do porco que os donos não comiam, como pé, rabo, orelhas etc., misturados no feijão. Mais tarde, essa alimentação daria origem à popular feijoada.
Os africanos escravizados não podiam mais falar sua língua nativa, foram obrigados a aprender o português.
O trabalho era feito de sol a sol, controlado por um feitor.
Ficavam numa habitação chamada senzala, sem divisões, abafada, suja e quase sem janelas.
Apesar de todos os sofrimentos, procuravam manter alguns de seus costumes e tradições, reunindo-se, fazendo suas festas, cantando, batucando e dançando.
Alguns ritmos e danças brasileiras receberam grande influência africana, como o batuque, o frevo, o samba, o maracatu, o congada etc.
Os quilombos:
Revoltados com a escravidão e os castigos que recebiam, os negros fugiam dos engenhos e se escondiam nas matas, quando tinham oportunidade.
Aos poucos, os escravos fugidos foram se organizando em grupos, em aldeias. Cada aldeia recebia o nome de mocambo e um conjunto de mocambos formava os quilombos. As pessoas que lá moravam eram chamadas quilombolas. Cada quilombo escolhia um chefe, o qual recebia a denominação de Ganga Zumba, palavra que significa "senhor grande, espírito forte".
Durante o período de escravidão até a Abolição (decretada pela princesa Isabel através da Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888), existiram muitos quilombos.
Um quilombo em União dos Palmares:
Antônio Diogo da Silva Parreiras. Zumbi.
Dos inúmeros quilombos, o mais importante e que durou mais tempo foi o Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, no atual município de União dos Palmares. Esse quilombo existiu por 67 anos (1630-1697).
Com os portugueses preocupados em combater os holandeses que haviam invadido Pernambuco em 1630, a fuga dos escravos tornou-se mais fácil. Assim, o prejuízo começou a preocupar os fazendeiros e o governo de Portugal.
O governo da capitania de Pernambuco propôs um acordo aos negros do quilombo, promentendo-lhes terras para viverem livremente, com a condição de devolverem os escravos que fugissem a partir de então. Mas o valente guerreiro Zumbi não concordou e foi apoiado pela maioria do quilombo.
Zumbi idealizou libertar o maior número possível de negros. Lutou corajosamente contra todos os ataques. Após três anos de luta, viu seu quilombo ser destruído pela tropa comandada pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, em 1964.
Zumbi conseguiu fugir e tentou reorganizar o quilombo, mas foi denunciado e morto no dia 20 de novembro de 1965.
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